A formação de professores constitui o ato de formar o docente, educar o futuro profissional para o exercicio da profissão. É uma ação desenvolvida com alguém que vai desempenhar a tarefa de ensinar, pesquisar, avaliar, educar.
A formação de professores, entendida na dimenssão social, deve ser tratada como direito, superando o momento das iniciativas individuais para aperfeiçoamento próprio, partindo das esferas da política pública. Como afirma leitão de Mello (1999, p.26), formação
(...) é um processo inicial e continuado, que deve dar respostas aos desafios do cotidiano escolar, da contemporaneidade e do avanço tecnológico. O professor é um dos profissionais que mais necessidade tem de se manter atualizado (sic), aliando à tarefa de ensinar a tarefa de estudar. Transformar essa necessidade em direito fundamental para o alcance de sua valorização profissional e desempenho em patamares de competência exigidos pela sua própria função social.
Por essa ótica, formação assume uma posição de "inacabamento", vinculada à história ede vida dos sujeitos em permanente processo de formação. É inconcluso e autoformativo. A esse respeito Freire afirma que é importante que "(...) desde o começo do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e reforma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado" (1998, p.25)
Assim, ao falar de formação de professores, vem a tona alguns enunciados que merecem nossa atenção:
- Trata-se de uma formação contínua e progressiva que envolve varias estancias e atribui uma valorização significativa para a prática pedagógica, para a experiência, como componente constitutivo da formação. Ao valorizar a prática como componente formador, em nenhum momento assume-se a visão dicotomica da relação teoria-pratica. A prática profissional da docencia exige uma fundamentação teórica explicita. A teoria também é ação e a pratica não é receptaculo da teoria.estas não são um conjunto de regras. É formulada e trabalhada com base no conhecimento da realidade concreta. A prática é o ponto de partida e de chegada do processo de formação;
- É contextualizada histórica e socialmente e, sem dúvida, constitui um ato político. O processo de formação deve ser compatível com o contexto social, político e econômico comprometido - tecnica e politicamente - com a construção de pespectivas emergentes e emancipatórias que se alinhem com a inclusão social;
- Implica em preparar professores para o incerto, para a mutação e para as situações tecnicas e até chocantes que lhes exijam um maior esforço para a paz e o desenvolvimento de maiores capacidades de resiliência, segundo Alarcão e Tavares;
- É inspirada por objetivos que sinalizam a opção política e epistemológica adotada;
- Significa - como processo - uma articulação entre formação pessoal e profissional. É uma forma de encontro/confronto de experiencias vivenciadas. Segundo Fávero "(...)aceitar a formação profissional como um fracasso significa aceitar que também não há uma formação "fora" de qualquer relação com os outros, mas "dentro" da relação com a realidade concreta"(2001,p.67);
- Trata-se de um procedimento coletivo de construção docente. Não é uma construção isenta de conflito, mas torna-se mais produtiva se e quando partilhada;
- A formação de professores deve também "(...) reservar tempo e ocasiões para o desenvolvimento de atitudes de cooperação e soliedariedade. Deve passar ainda pela descoberta do outro e pela elaboração de pensamentos autonomos e criticos que deem aos sujeitos o poder de decidir por si mesmos"(Veiga 1999,p.181)
Referencia Bibliografica: VEIGA, Ilma Passos Alencastro Veiga e D’AVILA, Cristina. Profissão Docente: novos sentidos, novas perspectivas. Campinas: Papirus, 2008.
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