quarta-feira, 20 de abril de 2011

A Cultura


Ao longo de dois ou três, séculos a modernidade não questionou seriamente os conceitos de cultura e educação. Ela foi conceituada atravéz de um senso comum, que designaria o conjunto de tudo aquilo que a humanidade havia produzido de melhor - fosse arte, ciência, literatura etc. Foi durante muito tempo pensada como única e universal. Jamais debatida e analisada. Sendo assim, a educação foi eleita como o caminho para se atingir as formas mais elevadas da cultura, tendo por modelo as conquistas ja realizadas pelos grupos sociais mais educados e, por isso, mais cultos.

No seculo XVIII, intelectuais alemães passaram a chamar sua própria contribuição a humanidade em termos de maneiras de estar no mundo, sistemas religiosos e filosoficos etc principalmente todo aquele conjunto de coisas que eles consideravam superiores e que os diferenciava do resto do mundo de "Kultur". A Cultura passou a ser escrita com letra maiuscula e no singular. Maiuscula porque era vista ocupando um status muito elevado; e no singular porque era entendida como unica. E se era elevada e única, foi logo tomada como modelo a ser atingido pelas outras sociedades. Nasce uma cisão: a alta cultura, que passou a funcionar como um modelo sinônimo daqueles "homens que ja tinham chegado lá". E a baixa cultura, a cultura daqueles menos cultivados e que por isso "ainda não tinham chegado lá". E desta diferenciação ocuparam-se alguns pedagogos que vêem a educação como o  caminho para a elevação cultural de um povo. O que reforça a idéia de conceito de cultura como um elemento de diferenciação assimetrica e de justificação para a dominação e a exploração.

Haviam debates que definiriam quais os marcadores culturais de cada grupo a cada momento.
No periodo Renascentista, deslocaram a enfase da dimenssão divina do homem para a dimenssão humana e a cultura serviu como uma morada capaz de conferir ao homem um sentido de pertença que o mesmo achava haver perdido.

Referencia bibliografica:VEIGA-NETO, Cultura, culturas e educação. Revista Brasileira de Educação. ANPED, Mai/Jun/Ago, nº 23, 2003, pp.5-15

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